Foto: Marcos Santos/USP

Crimes ligados à condição de gênero, os feminicídios também estão intimamente relacionados aos casos de violência doméstica e familiar. É o que aponta uma pesquisa feita pela Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul).

No estudo, divulgado na tarde de segunda-feira, 17, foi analisado o perfil de vítimas e agressores envolvidos em 176 processos que tramitam na Vara Especializada de Feminicídios da Comarca de Porto Alegre. Entre outros dados, a pesquisa apontou que, em 69% dos casos, as tentativas ou assassinatos de mulheres envolvem os ex ou companheiros atuais das vítimas e que os crimes acontecem nas casas delas (58%), motivados pela inconformidade com o fim dos relacionamentos e por sentimentos de posse e de ciúmes. E, ainda, em 86% dos casos, essas mulheres não contavam com medidas protetivas de urgência.

A pesquisa se refere a processos envolvendo crimes tentados (80%) e consumados (20%) contra mulheres. A idade das vítimas e dos agressores é variada: a maior parte dos autores de feminicídios (78%) têm entre 18 e 43 anos. Entre as vítimas, 50% têm entre 20 e 38 anos.

Entre os agressores, 63% são brancos, 20% pretos e 16% pardos. Entre as vítimas, 61% são brancas, 24% negras, 12% pardas e 1% indígenas. Quanto à escolaridade, a maior parte cursou até o ensino fundamental (62% dos réus e 61% das vítimas).

Outro dado que chama atenção é que somente 27% dessas mulheres têm relação de emprego (formal ou informal). No entanto, 53% das vítimas não se consideram dependentes dos réus. A maioria (58%) não tem filhos em comum. Em relação aos réus, é alto o uso de álcool (53%) e de drogas (48%).

Fonte: O Sul

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