A Operação Controle está na sua fase de execução em Santa Cruz do Sul nesta terça-feira, 14, e já pela manhã afastou o vice-prefeito Elstor Desbessel que também ocupava a Secretaria de Saúde, e quatro secretários, além de quatro servidores municipais e o vereador e líder de governo, Henrique Hermany (PP). Na tarde de hoje, Henrique se manifestou sobre as investigações no município, em coletiva de imprensa na sua residência.
Ainda na manhã desta terça-feira, 14, a Presidência da Câmara Municipal emitiu uma nota sobre a Operação Controle. O texto cita buscas que teriam sido feitas, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS), ao gabinete de um vereador, com ligação com a Prefeitura, e na sala de uma servidora ocupante de cargo em comissão.
Conforme Henrique Hermany, foram expedidos mandatos tanto para sua casa quanto para o seu gabinete. Um celular foi aprendido na residência, demais documentos não foram encontrados. “A gente espera daqui para frente acompanhar tudo, mas a nossa ampla defesa também será feita”, afirmou.
O vereador afastado também relembrou uma fala de um dos promotores que está dirigindo a operação, a qual se refere a importância de esclarecer a população sobre o tempo que pode levar para analisar a possibilidade ou não de imputar a conduta criminosa das pessoas investigadas. “Estarei colaborando com as investigações, esclarecendo todos os pontos necessários, especialmente aqueles que me veiculam a uma empresa investigada”, destacou.
Sobre as supostas ligações com as empresas investigadas, Henrique Hermany disse que pretende esclarecer no curso das investigações. “A minha atuação profissional como advogado sempre se deu dentro dos limites daquilo que eu posso atuar como defensor. Nada impede que um cliente meu tenha alguma relação com a participação de processos licitatórios da Prefeitura de Santa Cruz do Sul”, relatou.
Henrique Hermany ainda destaca que nunca existiu qualquer interferência dele como vereador ou advogado em processo licitatório do município. “Eu não assino contrato e não acompanho nenhuma licitação”, concluiu.
O vereador ressaltou também que a sua atuação como advogado é anterior ao seu atual exercício de mandato. Segundo ele, essa relação teve início com a sua saída do governo municipal, após permanecer um período como secretário.
Operação Controle
Ao todo, são cumpridas 139 ordens judiciais contra os investigados. São 46 mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens e valores no total de mais de R$ 47 milhões, pagamento de fianças de aproximadamente R$ 1,4 milhão, indisponibilidade de 28 veículos e três embarcações, sequestro de 10 imóveis, afastamento das funções públicas de 10 agentes e proibição a seis empresas de contratarem com o Poder Público, entre outras medidas.