Foto: ACI

“Temos que ter a ousadia de estarmos mais abertos e colaborativos para enxergar as oportunidades que estão à nossa volta de estímulo ao ambiente de inovação, estabelecendo parcerias e compartilhando conhecimentos”. O recado foi dado pelo secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Luís Lamb, em resposta ao questionamento sobre como acelerar o ecossistema de inovação na região dos Vales do Rio Pardo e Taquari. Convidado do Tá na Hora Online, promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, o encontro foi transmitido pelas plataformas do Youtube e Facebook da entidade, na noite de quarta-feira, 17, e debateu o tema “Inovação e seus atores no desenvolvimento local e regional”. Também participaram do evento, como debatedores, a vice-reitora eleita da UNISC e coordenadora do Programa Inova RS na Região dos Vales, Andreia Valim, e o diretor de Inovação na ATIVales e na ACI, Rogério Pereira. A condução ficou a cargo do vice-presidente da ACI, Cesar Cechinato.

Conforme o secretário, vivemos em uma nova era ditada pela hiperconectividade, na qual não mais é possível adotar modelos de desenvolvimento de 20 ou 30 anos atrás. “As mudanças na era digital são constantes e extremamente rápidas e esse processo atinge todos os setores da economia e da sociedade de forma irreversível.” Lamb observa ainda que a pandemia acabou acelerando de forma mais acentuada essa transição e que nem todos os setores estavam preparados para as mudanças de paradigmas impostas por essa nova realidade. Contudo, o secretário destaca o papel que o governo gaúcho tem desempenhado junto aos diversos atores que compõem o ecossistema de inovação nas diferentes regiões do Estado – universidades, empresas, governos e sociedade organizada – para criar as condições de avançar nessa área. “Entre os muitos programas que desenvolvemos, o Inova RS, em especial, tem sido fundamental no estímulo e criação das parcerias necessárias para colocar o RS mapa da inovação no país”, ressalta.

Hoje, o RS responde por 12% da produção do conhecimento científico brasileiro, no entanto, ainda não consegue transformar esse potencial em negócios que aumentem sua participação no PIB nacional. Criar caminhos para reduzir a distância entre os produtores de conhecimentos que geram inovação e os anseios e necessidades reais do mercado é um grande desafio, reconhece o secretário.

Opinião compartilhada pelo diretor de Inovação da ACI, Rogério Pereira. Membro do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia (COMCITI) e do Ecossistema Local de Inovação (ELI), o empresário, que é CEO de uma empresa de tecnologia, vivencia na prática as dificuldades que cercam o processo de introduzir inovações aos negócios. Destaca que houve muitos avanços nos últimos anos na região, mas reconhece a necessidade de traduzir esse conhecimento científico para que as empresas locais vejam essa produção como oportunidades de desenvolverem seus negócios. “Esse é um processo que se retroalimenta com conhecimento. Ou seja, a partir do compartilhamento de informações pode ser aperfeiçoado”.

Caminho longo – À frente da coordenação do INOVA RS nos Vales, a professora Andreia Valim reforçou a trabalho de protagonismo que a UNISC e as demais universidades dos Vales têm desempenhado através de seus núcleos de pesquisas para o desenvolvimento do ecossistema de inovação na região e a importância do incentivo que o governo do Estado tem dado para estimular as ações nesta área, por meio de programas e investimentos. A vice-reitora eleita mencionou a visão de futuro estabelecida pela região, de definir como áreas prioritárias de inovação os setores de alimentos, saúde e serviços. Reconhece, contudo, que esse é um caminho longo que exigirá ainda uma maior interlocução entre os componentes da tríplice hélice da inovação – governo, universidades e empresas – para que essas ações se traduzam em resultados para a sociedade. “A empresa precisa ver a Universidade como uma aliada para encontrar soluções que melhore a sua performance no mercado”.

O papel de entidades como a ACI nesse processo de aproximação com os setores produtivos, promovendo debates e ações que favoreçam essa maior interlocução entre a produção científica e o mercado, é visto pela gestora da UNISC e também pelo secretário Luís Lamb como essencial para aceleração do ambiente da inovação na região.

O Tá na Hora tem o patrocínio da Philip Morris Brasil, Unimed, BAT Brasil, Universidade de Santa Cruz (UNISC), JTI e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

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