Foto: Alina Souza

A Chama Crioula, um dos símbolos do tradicionalismo gaúcho, foi acesa durante solenidade no Palácio Piratini nesta terça-feira, 14. Momento teve a presença do governador Eduardo Leite e de integrantes do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). O ato marcou a abertura oficial da Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul, que se estende até o dia 20 de setembro, e a abertura da exposição fotográfica “Gaúcho para além do imaginário”, de Fábio Mariot, dentro das comemorações do centenário do Palácio Piratini. Em razão da pandemia da Covid-19, o evento ocorreu com um número reduzido de pessoas.

A chama chegou ao Palácio Piratini por volta das 9h15min trazida pelos cavalarianos da 1ª Região Tradicionalista, que foram recepcionados pelo governador Eduardo Leite e pelo vice, Ranolfo Vieira Júnior.

Liliana Cardoso, patrona dos Festejos Farroupilhas de 2021, foi a primeira a falar sobre as atividades do tradicionalismo gaúcho. Extremamente emocionada, fez um relato sobre as dificuldades impostas pela pandemia e afirmou que o momento é de união de toda a sociedade. “É um momento muito emocionante porque estou há 37 anos dentro de um centro tradicionalista. Uma guria criada no bairro Cohab Costa e Silva, periferia de Porto Alegre, que sempre prezou pela educação e pela cultura”, ressaltou.

Segundo Liliana Cardoso, é na chama viva que arde no Palácio Piratini que se busca os ideais louvados na bandeira do Rio Grande do Sul – Liberdade, Igualdade e Humanidade. “Em um mundo tão desigual, penso eu, que diante dessa chama que arde aqui somos iguais. Buscamos o não à desigualdade e a fome”, acrescentou.

No seu discurso, o governador Eduardo Leite abordou as lições que a data farroupilha traz, de respeito às diferenças e de fortalecimento do diálogo. “É por momentos como esse, em que uma patrona mulher negra é recebida por um governador gay, que mostra que o Rio Grande do Sul vem crescendo. Que o nosso confronto é apenas de ideias, e não entre o povo”, ressaltou. Segundo Leite, a luta travada na Revolução Farroupilha, mesmo que não se soubesse disso naquele momento, também era por liberdades como a do dia de hoje no Palácio Piratini. “Essa liberdade onde as pessoas se respeitam por suas diferenças, independentemente de suas origens e crenças, e se fortalecem por seu caráter”, afirmou.

Cavalgada pelas ruas de Porto Alegre

Depois do acendimento da Chama Crioula no Palácio Piratini, um grupo de 17 cavalarianos da 1ª Região Tradicionalista realizou uma cavalgada pelas ruas de Porto Alegre que levou a centelha retirada da chama para a Assembleia Legislativa, QG da Brigada Militar, Paço Municipal, Palácio da Polícia, Loja Maçônica (na avenida Praia de Belas) e para a Câmara de Vereadores.

No Legislativo municipal, foi realizada a inauguração do Galpão Crioulo. De 14 a 20 de setembro, a programação dos festejos farroupilhas inclui apresentações virtuais, por conta da pandemia, desfiles com um número reduzido de cavalarianos e diversas ações culturais, como o Concurso Literário Festejos Farroupilhas 2021 – Caminhos de Anita.

Exposição retrata homem do campo e do ginete

No mesmo ato de acendimento da chama, foi aberta a exposição fotográfica “Gaúcho para além do imaginário”, do jornalista Fábio Mariot, que faz um recorte étnico do trabalhador do campo e do ginete, dando visibilidade ao povo negro, fundamental para a construção política, social e cultural do Rio Grande do Sul. A exposição tem a curadoria de Clarissa Lima e Izis Abreu e integra as atividades do Cinquentenário do 20 de novembro e do Centenário do Palácio Piratini.

Os Festejos Farroupilhas deste ano têm por objetivo homenagear e comemorar o bicentenário de nascimento de Anita Garibaldi. “Caminhos de Anita” pretende retratar a heroína conhecida por sua participação e envolvimento direto na Revolução Farroupilha (1835/1845). O tema dos festejos é uma homenagem aos caminhos percorridos por Anita Garibaldi e à sua bravura, inserida no contexto da Revolução Farroupilha – a mais longa revolução do Brasil, que durou quase dez anos e tinha como ideais liberdade, igualdade e humanidade.

Anita, ao lado de Giuseppe Garibaldi (1807/1882), lutou pela causa da liberdade no Rio Grande do Sul. Para garantir o merecido reconhecimento à memória da “Heroína de Dois Mundos”, como era conhecida, o decreto 55.756, de 09 de fevereiro de 2021, instituiu, no Estado, o Ano de Anita, dedicado  às comemorações pela passagem dos 200 anos de seu nascimento.

Fonte: Correio do Povo

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