As centrais sindicais decidiram convocar para sexta-feira, dia 10, um protesto contra a vigência da reforma trabalhista e a aprovação da previdenciária. A manifestação ocorre um dia antes de entrar em vigor as mudanças nas leis trabalhistas, uma das principais vitórias do governo de Michel Temer.

Segundo o site Uol, em São Paulo está programada uma concentração na Praça da Sé com destino à avenida Paulista. Metroviários também farão protesto nas estações, com a decisão de trabalhar sem uniforme.

Servidores convocam ainda uma manifestação diante do Palácio dos Bandeirantes. Mas esse protesto não contará com a adesão de todas as centrais. Com a reforma trabalhista, sindicatos temem perdas bilionárias em sua arrecadação. A mudança prevê que o imposto sindical, que equivale a um dia de trabalho e hoje é descontado em folha, passará a ser voluntário.

O temor de sindicalistas é que parte expressiva dos trabalhadores deixe de contribuir, colocando em risco uma arrecadação que em 2016 somou cerca de R$ 2,9 bilhões.

Temer vai contrariar as centrais sindicais e não irá propor por meio de medida provisória alternativas de custeio para as entidades trabalhistas, que deixarão de receber o imposto sindical a partir da semana que vem.

A proposta que deve ser enviada até sexta-feira (10) ao Congresso Nacional não incluirá a regulamentação da contribuição assistencial, defendida como uma forma de amenizar o impacto no caixa sindical com a entrada em vigor da reforma trabalhista.

A ideia é que o peemedebista proponha a iniciativa posteriormente, em formato de um projeto de lei, tornando grandes as chances de ser barrada pela Câmara dos Deputados e, assim, deixando as entidades trabalhistas sem uma contrapartida para a extinção do imposto sindical. A decisão de retirar a contribuição assistencial da proposta de salvaguarda aos trabalhadores foi tomada após pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contra a medida.

Com o risco de a contrapartida ser derrotada, as centrais sindicais iniciaram movimento para tentar incluir, na proposta que será publicada na sexta-feira, pelo menos uma regra de transição para o fim do imposto sindical.