Foto: Luiz Fernando Bertuol

Educar o olhar e enxergar o mundo de um jeito diferente. Isso é possível através do exercício de uma das mais reconhecidas formas universais de expressão artística: o desenho. E é isso que cerca de 20 alunos do Centro Social Marista Boa Esperança estão tendo a oportunidade de aprender, através de uma parceria da instituição com a Secretaria Municipal de Cultura (Secult), de Santa Cruz do Sul. Há cerca de três meses uma oficina de desenho livre, ministrada pelo artista plástico Alceo Luis de Costa, acontece no local uma vez por semana.

Segundo explica Alceu, o mais importante não é avançar na técnica, não é formar exímios desenhistas, mas sim despertar a criatividade, a espiritualidade e exercitar novos modos de olhar para o mundo. “O desenho é um forma universal de expressão. Se você desenhar um elefante, seja aqui, na França, na Itália, todos vão entender”.

Durante as aulas, os alunos aprendem por meio de uma didática específica a trabalhar o hemisfério direito do cérebro. “É o lado das emoções, onde reside a nossa intuição. O desenho desperta nossa sensibilidade e ficamos mais observadores”, ensina. E para quem quer desenvolver a atividade profissionalmente, as perspectivas, segundo Alceo, são boas. “As possibilidades de emprego na área são grandes. Aqueles que se profissionalizarem vão longe, vão encontrar emprego fácil”, afirma.

Para Eduardo Shorna, 16 anos, morador do Bairro Santa Vitória, desenhar sempre foi um dos melhores passatempos. Ele lembra que desde os cinco ano pratica, mas na época não gostava do resultado. “Eu errava muito e pensei: vou tentar até minha mão cair e assim fiquei 11 anos desenhando”, conta. Quando a oficina abriu ele, que também faz aulas de música no Centro Marista, não perdeu tempo e resolveu participar para se aprimorar um pouco mais.

A ideia da oficina de desenho, segundo a coordenadora pedagógica do Centro Marista, Patrícia Rodrigues, surgiu a partir de uma roda de conversa dos adolescentes com a psicóloga responsável, momento em que os meninos e meninas puderam falar sobre suas preferências. “Como esses adolescentes ficaram muito tempo em casa durante a pandemia, olhando o celular, comendo e dormindo a hora que queriam, essa volta ao projeto está sendo um desafio. Por isso, passamos a ter um olhar mais criterioso em cima da fala deles, já que nessa fase eles estão sempre em busca de algo e têm muitos interesses”, explica.

O Centro Social Marista está há 23 anos em Santa Cruz do Sul e hoje atende 120 crianças, com idades entre 6 e 15 anos, 11 meses e 29 dias, em situação de vulnerabilidade, moradoras dos bairros da zona sul. No contraturno escolar são oferecidas oficinas de esporte, recreação, dança, informática, artesanato e judô. Essa última em parceria com a Ajusc.

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