Brasília - O novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, durante cerimônia de posse (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na próxima quarta (18), dia em que o Tribunal de Contas da União (TCU) pode autorizar a privatização da Eletrobras, movimentos populares planejam um protesto em frente à corte para tentar barrar a venda do controle da empresa. O ato deve reunir integrantes de centrais sindicais, movimentos sociais, partidos e coletivos de trabalhadores do setor elétrico.

“A luta é de todas as organizações e setores sérios e honestos do Brasil que defendem a soberania e o patrimônio nacional. Estamos unidos para sensibilizar os ministros do TCU a impedirem o andamento desse processo, reafirmando o caráter ilegal, injusto e imoral da venda da maior companhia de energia do país”, afirmou Leonardo Maggi, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entidades que participará do ato.

O Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF) também participa da organização do protesto. O STIU-DF, junto com outros movimentos contrários à venda da Eletrobras, já abriu mais de 50 ações judiciais contra o processo desde que ele foi anunciado, em 2016.

Impasses e consequências

A privatização da Eletrobras já foi aprovada numa primeira avaliação do TCU em fevereiro, por 6 votos a 1. O voto contrário foi do ministro Vital do Rêgo, que apontou para um erro no cálculo do valor da empresa.

Ele estimou que ela valha R$ 130 bilhões. O governo, no entanto, estima que a privatização renda R$ 67 bilhões.

Do Rêgo já identificou outros problemas com o processo de privatização da empresa. Até agora, porém, outros ministros do TCU têm indicado que aprovarão a venda.

Segundo do Rêgo, o governo prometeu um crescimento de investimentos com a venda da Eletrobras. Documentos enviados ao tribunal de contas, porém, não comprovam que esses aportes serão realizados.

O ministro ainda disse que faltam estudos claros sobre o impacto da venda do controle da Eletrobras sobre as contas de luz –o STIU-DF fala em aumento de 25%.

O governo tem pressa em obter a autorização do TCU para a privatização para concretizá-la ainda durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato a presidente líder em todas as pesquisas, já afirmou que é contra a venda. Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas pesquisas, também.

Foto: Agência Brasil

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