Um manuscrito do romance de Balzac, “Ursula Mirouet”, foi vendido por 1,17 milhão de euros (1,38 milhão de dólares) em um leilão organizado na noite de quarta-feira em Paris, no qual foram arrematados documentos históricos pertencentes ao fundo Aristophil. O texto fazia parte da coleção do fundo, em liquidação judicial e investigado por supostamente ter prejudicado seus investidores com a compra de prestigiosos manuscritos.

O manuscrito integral deste romance de 1841, um dos únicos em mãos privadas, foi arrematado por um preço dentro da margem estimada (entre 800.000 e 1,2 milhão de euros), incluindo comissões. Além deste romance, foi vendida por 640.000 euros uma obra do século XV, “Histoire d’Alexandre” (“A História de Alexandre, O Grande”, em tradução livre), do historiador romano Quinte-Curce, e uma carta de amor de Napoleão Bonaparte a Josefina de 1796 por 280.000 euros.

Neste leilão estava prevista a venda do célebre manuscrito “120 dias de Sodoma”, do Marquês de Sade, e dos “Manifesto Surrealista”, de André Breton, mas o governo francês os declarou Tesouro Nacional para impedir que deixassem o território francês. Estas vendas são parte das 300 previstas durante seis anos para dispersar as 130.000 peças confiscadas do Aristophil.

A renda obtida será destinada aos seus 18.000 investidores. A Justiça suspeita que o fundo tenha usado a chamada pirâmide de Ponzi, na qual os investimentos de quem entra financiam os lucros de quem sai, um método usado pelo investidor americano Bernard Madoff.