O juiz substituto da 11a Vara Federal de Porto Alegre Ricardo Humberto Silva Borne recebeu a denúncia contra oito acusados de desvio milionário na saúde pública no Vale do Rio Pardo. O processo, movido pela procuradora da República Jerusa Vieceli, é resultante da Operação Camilo, deflagrada em maio de 2020, numa força-tarefa envolvendo Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado (MP), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Receita Federal (RF) e Controladoria-Geral da União (CGU).

O desvio de recursos — cerca de R$ 10 milhões — ocorria, segundo as investigações, por meio da empresa terceirizada que administrava o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, que segue sob intervenção judicial.

Com a decisão, tornam-se réus o ex-prefeito da cidade Rafael Reis Barros, o ex-procurador jurídico do município Milton Schmitt Coelho, o ex-secretário-geral do partido Solidariedade no Estado Carlos Alberto Serba Varreira, um dos fundadores da Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), Edemar João Tomazeli, e um dos sócios da entidade, Renato Carlos Walter. Além desses, também passam a ser réus Luciani Gabrieli Colares Lopes, Barbara Conceição Colares Lopes e Diego Rocha Teixeira. Conforme as investigações, o trio fazia parte do núcleo de lavagem de dinheiro coordenado por Carlos Alberto Serba Varreira.

O processo trata especificamente do período investigado entre janeiro de 2017 e outubro de 2018, e envolve os crimes de corrupção ativa e passiva, fraudes licitatórias, peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outras denúncias ainda serão apresentadas.

A estimativa inicial da PF, durante a investigação, era de um desvio de pelo menos R$ 15 milhões dos cofres públicos de Rio Pardo. São 14 indiciamentos nos três relatórios enviados à Justiça Federal, até o momento, sendo que há pessoas indiciadas mais de uma vez.

O que dizem os réus

Os advogados Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares e Eduardo Vetoretti, que defendem Rafael Reis Barros e Milton Schmitt Coelho, preferiram não se manifestar.

*GZH

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