Combustíveis são um dos grandes vilões da inflação em 2021 Foto: Alina Souza

A inflação oficial perdeu ritmo em dezembro, mas o resultado não impediu que o índice oficial de preços terminasse 2021 no maior patamar desde 2015, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira apontam para uma variação de 0,73% da inflação oficial em dezembro, o que resultou em um salto de 10,06% dos preços no acumulado de todo o ano passado.

A disparada, ainda menor do que a que chegou a ser esperada por analistas financeiros entre os meses de novembro e de dezembro, representa quase o dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para 2021, de 5,25%. O limite máximo perseguido levava em conta uma tolerância de 1,5 ponto percentual.

Apesar da desaceleração do IPCA nos dois últimos meses do ano passado, os grandes vilões do indicador continuaram os mesmos: os combustíveis e a energia elétrica, que conta com a manutenção da tarifa de escassez hídrica desde setembro, com a cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100kWh consumidos.

O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, explica que a alta no preço dos combustíveis fez com que o grupo de transportes tivesse a maior variação de preços ao longo do ano passado, de 21,03%. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, analisa Kislanov.

Outro destaque nos Transportes foi o preço dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), motivado pela falta de alguns componentes na cadeia produtiva do setor. “Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel” explica o pesquisador.

Fonte: Correio do Povo

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