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Em sua tradicional coletiva de imprensa, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) trouxe o alerta sobre o impacto do aumento dos custos de produção para a agricultura e pecuária familiar, assim como os seus reflexos para o meio urbano.

De acordo com a Fetag-RS, para o produtor implementar um hectare de lavoura de milho em 2021 ele investiu cerca da R$ 4.511,64, 32,44% acima do valor no plantio de 2020. Já para o plantio da soja o investimento teve acréscimo 46,18% em comparação com 2021. Para o plantio do trigo os dados apontam uma elevação de 45,19% na implantação da última safra.

Quando analisado o setor das aves, o custo de produção por ave teve acréscimo de 12,01%, fator que faz com que a cadeia produtiva fique estagnada, pois a valorização do produto pago ao produtor não teve o mesmo reajuste. Uma das cadeias produtivas mais afetadas é a do leite, onde o produtor é informado sobre o valor que receberá pelo litro entregue à empresa apenas 45 dias após o recolhimento na propriedade.

A Fetag-RS, através do levantamento do custo de produção, afirma que de 2020 a 2021 os produtores tiveram um aumento do custo de produção por litro de 33,10%, contabilizando o aumento dos fertilizantes para implantação das lavouras, o aumento da ração e dos combustíveis.

Todos estes fatores geram impactos na rentabilidade dos agricultores e pecuaristas familiares e ao mesmo tempo, no poder de compra dos consumidores finais, visto que a cesta básica em outubro de 2021 consumiu 62,83% do salário mínimo. Ainda ligado a isto, já é possível notar efeitos de uma nova estiagem na região norte, noroeste e central do Estado, o que implicará no aumento dos produtos no mercado e a perda de produção das famílias rurais.

Frente a este cenário temerário, a Fetag-RS, em conjunto com seus Sindicatos, vem realizando ações para contrapor a situação e buscar fortalecer os agricultores(as) e pecuaristas familiares. O 10º Grito de Alerta acontecerá dia 03 de março, em Ijuí, e será o grande movimento de massa de 2022 para dialogar com a sociedade sobre os reais problemas do meio rural. Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva “a agricultura e a pecuária familiar precisam ser vistas pelas esferas governamentais como setores estratégicos de desenvolvimento. Enquanto os governos pensarem apenas na mobilidade, na segurança, na saúde, na educação e nos investimentos para o meio urbano, o meio rural continuará sofrendo os impactos de problemas que seriam facilmente resolvidos com políticas públicas eficientes. Estamos cansados de promessas, queremos ação”, finaliza Joel.

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