Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini

As sociedades brasileiras de Imunizações, Pediatria e de Infectologia tornaram público nesta terça-feira, 21, o parecer encaminhado à Anvisa mostrando que são favoráveis à imunização de crianças de cinco a 11 anos contra a Covid-19. A vacinação foi aprovada na semana passada pelo órgão, mas ainda não teve a autorização do Ministério da Saúde.

Na nota compartilhada, as entidades entendem que os benefícios com a imunização do público infantil superam os eventuais riscos. “O documento reúne informações sobre o impacto da Covid-19 no grupo etário, avaliação de potenciais benefícios e riscos da vacinação e condições a serem cumpridas pela fabricante após a aprovação —, a SBIm, a SBP e a SBI manifestam-se favoráveis à autorização, por entenderem que os benefícios da vacinação na população de crianças de 5 a 11 anos, com a vacina Comirnaty (Pfizer), no contexto atual da pandemia. superam os eventuais riscos associados à vacinação”.

Conforme as entidades, existem estudos publicados que mostram que, após duas doses da vacina Comirnaty, crianças de cinco a 11 anos apresentaram uma resposta de anticorpos neutralizantes em concentrações semelhantes às observadas em adolescentes e adultos com idades entre 16 e 25 anos, o que preenche os critérios de demonstração de não inferioridade. “Além disso, houve demonstração de eficácia de 90,7% para a prevenção da Covid-19 pelo menos sete dias após a segunda dose e em um período de aproximadamente de dois a três meses”, diz o documento.

A manifestação das entidades não é bem vista pelo Ministério da Saúde e isso foi deixado de forma clara pelo ministro Marcelo Queiroga. Ao falar de uma possível antecipação do processo de imunização do público infantil, Queiroga disse que a Pasta não irá se basear em manifestações externas para mudar o seu entendimento sobre o assunto. “Não é um comunicado público que vai fazer a Pasta se posicionar de uma maneira ou de outra”, resumiu Queiroga nessa segunda-feira.

Diante da insistência de repórteres, Queiroga foi ainda mais contundente. “Não podemos ter açodamento por causa de um documento de três páginas. Além disso, a sociedade científica não baliza a conduta do Ministério da Saúde”, afirmou.

Fonte: Correio do Povo

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