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Promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas associadas, com apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o 12º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente iniciou sua programação no município gaúcho de Cerro Branco. Cerca de 300 pessoas, entre produtores de tabaco, agentes de saúde, diretores de escolas, conselheiros tutelares e autoridades participaram do evento. O presidente SindiTabaco, Iro Schünke, falou aos presentes sobre a importância dos temas.

“Nosso objetivo é ajudar a encorpar as orientações que já são repassadas aos produtores por meio da assistência técnica. A saúde e segurança do produtor e a proteção da criança e do adolescente são temas importantes em qualquer cadeia produtiva e, no caso do tabaco, têm relevância também para o negócio. Clientes têm exigido, cada vez mais, a adequação de todos os processos aos princípios do ESG – social, ambiental e governança – e, por esse motivo, ao observar as orientações, o produtor não cuida apenas da família e da sua própria saúde, mas também do seu negócio”, comentou Schünke.

“Defender a cadeia produtiva também é o objetivo do SindiTabaco que amanhã completa 75 anos de atividades e de um trabalho incansável em torno da sustentabilidade do setor do tabaco. E mesmo diante dos desafios que enfrentamos, especialmente ao longo dos últimos anos, é preciso reforçar a lógica do mercado: enquanto houver demanda, alguém vai produzir. Nesse sentido, precisamos estar atentos às exigências do mercado externo, uma vez que 85% da produção é exportada”, completou o executivo.

Adalberto Huve, gerente de Assuntos Ambientais da Afubra e coordenador do projeto Verde é Vida, falou sobre a importância da orientação e do engajamento dos produtores. “O setor cresceu, se desenvolveu e tem sua credibilidade. Muitas atividades que eram permitidas na minha geração, hoje a legislação não permite. A nossa função é orientar, reforçar e direcionar para aquilo que é possível e o que não é possível fazer”, disse Huve.

A programação integrou vídeos informativos sobre questões como a correta aplicação, manuseio e armazenagem de agrotóxicos e a importância da utilização da vestimenta de colheita, bem como sobre os direitos das crianças e dos adolescentes, encerrando com a peça teatral Rádio Fascinação, que reforçou, de forma lúdica, as principais orientações com a participação de egressos do Instituto Crescer Legal.

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO – Os produtores integrados recebem durante a assistência técnica a cartilha de orientação que destaca as principais orientações em torno dos temas. Conheça:

PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 

Não utilizar mão-de-obra de crianças e adolescente menores de 18 anos no cultivo do tabaco: plantio, pulverização, colheita, secagem e venda. 

Crianças e adolescentes entre seis e 18 anos com ensino fundamental incompleto devem frequentar regularmente a escola, em turno e contraturno, esse último nas localidades onde houver. 

O produtor deve entregar à empresa que mantiver contrato de compra e venda do tabaco os seguintes atestados escolares: de matrícula, na contratação da próxima safra; e de frequência, até 120 dias após o final de cada ano letivo. A frequência escolar mínima é de 70% em turno e contraturno, esse último nas localidades onde houver.

SAÚDE E SEGURANÇA DO PRODUTOR 

– Somente utilizar agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins: registrados e autorizados pelos órgãos governamentais competentes; de acordo com a receita agronômica e as indicações dos rótulos e bulas, previstas em legislação vigente.

– Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos, inspecionando-o antes da sua utilização.

– Usar corretamente o EPI (Equipamento de Proteção Individual), em bom estado de conservação, durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos. 

Não permitir a aplicação de agrotóxicos por pessoas menores de 18 anos, maiores de 60 anos e gestantes.

– Não expor crianças e adolescentes menores de 18 anos a agrotóxicos durante a aplicação e manuseio. 

Não armazenar agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins a céu aberto. 

Armazenar em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para este fim. O acesso a esses produtos deve ser restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los. 

Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos, adjuvantes e afins, para qualquer fim. 

Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxicos durante o preparo da calda, utilizando o Equipamento de Proteção Individual [EPI], e destiná-las corretamente.

Conheça o passo a passo na página 11 da cartilha.

Sinalizar áreas recém-tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim, durante o período de reentrada indicado no rótulo ou bula do produto. 

Para a colheita, usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para se proteger e evitar o contato direto das folhas com a pele. 

Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho. 

Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco.

PRÓXIMOS EVENTOS – Depois de precisar ser cancelado em 2020 devido à pandemia e ter tido uma edição especial, em formato virtual em 2021, o Ciclo de Conscientização volta a ser presencial em 2022. Em sua 12ª edição, seis seminários vão mobilizar produtores de tabaco de diferentes regiões do Sul do Brasil. Depois de Cerro Branco, a agenda segue no mês de julho: em Prudentópolis (PR), no dia 12; Mallet (PR), dia 13; Major Vieira (SC), em 14 de julho; Vitor Meireles (SC), dia 27; encerrando em Canguçu (RS), no dia 04 de agosto.   

12º CICLO DE CONSCIENTIZAÇÃO 

Data  Município  UF  Produtores  Produção (ton) 
23 de junho Cerro Branco RS 672 2.491
12 de julho Prudentópolis PR 1.577 10.797
13 de julho Mallet PR 597 3.639
14 de julho Major Vieira SC 782 3.960
27 de julho Vitor Meireles SC 635 3.977
04 de agosto Canguçu RS 5.378 20.944

Fonte: Afubra (safra 2020-21) 

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